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9 de junho de 2010

Regresso ao “inferno”

Bastaram três dias de calor, na semana passada, para que os bombeiros enfrentassem, de novo, os fogos florestais e os helicópteros Kamov de combate aos incêndios voltassem a sobrevoar os céus de Portugal.
Não sei avaliar quais as dificuldades que os “soldados da paz” sentem ao enfrentar tão poderoso inimigo, nem a suficiência dos meios por eles utilizados. Mas sei que se aproxima um Verão difícil e que vou voltar a ouvir, da boca de bombeiros amigos, uma expressão preocupante: «lá vou regressar ao inferno».
A mesma preocupação que encontro nas palavras do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses quando afirmou, no último sábado, que «esperam há cinco anos pela renovação das viaturas prometidas pelo Estado», já que as corporações não têm meios financeiros «para investir 150 ou 200 mil euros numa viatura de combate a incêndios». Mas faltarão apenas as viaturas?
Sem o equipamento adequado, e quantas vezes obsoleto, pergunto como poderão os bombeiros portugueses estar preparados para esta nova época de incêndios, sabendo que não lhes basta apenas a formação.
Jamais poderia pôr em causa a sua capacidade, mas voltando às palavras do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, não posso deixar de me preocupar ainda mais quando afirma que «se formos às estatísticas da Autoridade Nacional de Protecção Civil, vemos quem é que às quatro da manhã está a combater incêndios: só bombeiros voluntários, rigorosamente mais ninguém». Onde é que, de madrugada, estão os outros bombeiros, sapadores ou municipais?
No dizer dos especialistas, o chuvoso Inverno que tivemos levou ao crescimento da vegetação nas matas e florestas, o que pode originar um aumento significativo de ignições. Por isso, questiono também se os quase sete mil efectivos anunciados pelo secretário de Estado da Protecção Civil serão suficientes para a época mais crítica de fogos, balizada entre Julho e Setembro…
É preciso não esquecer que além de todos os meios que o Estado possa dispensar para o combate aos incêndios, os bombeiros precisam de um forte aliado: o cidadão comum. Que deve ser alertado contra o uso negligente do fogo.

Fonte: Diário do Minho

2 de junho de 2010

Incêndios: bombeiros esperam um verão «bastante difícil»

Junho chega com temperaturas acima dos 30 graus. O verão está a chegar e com ele os incêndios. Depois de um inverno rigoroso e com muita chuva, os bombeiros não esperam uns meses fáceis, mas, dizem-se preparados.

«Temos, um pouco por todo o território, elevados índices de combustível, pelo facto de ter chovido até bastante tarde, o que resultou na vegetação ter crescido muito rapidamente», disse o presidente da Liga dos Bombeiros, que critica a falta de limpeza das florestas. Considera que há «insuficiências muito significativas ao nível da gestão florestal do território».

Segundo o presidente da Liga, 77 por cento da floresta é propriedade privada, dois por cento do Estado, oito por cento das indústrias e 13 por cento são baldios. «Estamos a falar de uma floresta com uma estrutura fundiária muito fragmentada, o que já por si resulta numa dificuldade adicional para uma gestão adequada do espaço e também da eliminação do combustível que está lá a mais e que constitui um risco acrescido", explica.

Por isso, Duarte Caldeira diz que os soldados da paz esperam uma época de fogos «bastante difícil», mas, garante, em declarações à agência Lusa, que, «do ponto de vista dos bombeiros tudo foi trabalhado atempadamente».
A Fase Bravo da prevenção e combate a incêndios, que agora se inicia, antecede a Fase Charlie, que é a de maior risco, que decorre entre 1 de Julho e 30 de Setembro. O início da fase Bravo foi adiado de 15 de Maio para 1 de Junho porque as temperaturas não estavam muito altas. Os bombeiros criticaram esta decisão da Protecção Civil.

Mas, olhe-se para o futuro, que «o que importa é que no próximo dia 1 estará tudo pronto para enfrentar os próximos meses que prevemos que venham a ser muito difíceis», disse Duarte Caldeira para encerrar a polémica.

De acordo com os números avançados no passado dia 17 pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, o dispositivo disponível a partir do início da Fase Bravo e até final de Setembro, contará com 22 519 operacionais e 5002 veículos de comando, intervenção e apoio.

Fonte: TVI24

Verão com "número de ignições significativo" de incêndios, admite secretário de Estado

O secretário de Estado da Proteção Civil, Vasco Franco, disse hoje que possivelmente no verão deste ano haverá "um número de ignições significativo" devido à chuva prolongada que levou ao crescimento de matéria combustível nas matas e florestas.

"A análise que tem sido feita é de que possivelmente haverá um número de ignições significativo, porque tivemos um período de chuvas prolongado e o material que cresceu atingiu dimensões que em outros anos não tem atingido, especialmente este material fino mais no centro e sul do país é muito propício a facilitar as ignições", disse aos jornalistas o secretário de Estado.

Vasco Franco participou hoje, juntamente com os secretários de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro, e do Ambiente, Humberto Rosa, num encontro na Autoridade Nacional de Proteção Civil para assinalar o início da fase Bravo de combate a incêndios florestais.

Fonte: Lusa 1/06/2010