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29 de julho de 2010

É Oficial. Comandante de Cantanhede Demite-se.

Está consumado.

Comandante, segundo comandante e comandante adjunto demitiram-se do corpo de bombeiros de Cantanhede. Cerca de 60 bombeiros estão “indisponíveis”.

A crise está instalada no corpo de bombeiros de Cantanhede. Tal como o Diário de Coimbra noticiou em primeira-mão, o comando completo, liderado pelo major Mário Vieira, pediu a demissão em bloco, e a direcção da Associação Humanitária, liderada por Idalécio Oliveira foi praticamente obrigada a aceitar as demissões.

Na sequência da tomada de posição de Mário Vieira, Marco Sousa (segundo comandante) e Nuno Carvalho (comandante adjunto), cerca de 60 elementos da corporação entregaram os capacetes em sinal de solidariedade com o comando e indisponibilizaram-se para o serviço, o que significa que – se estes elementos levaram “a peito” a ameaça –, a corporação fica reduzida a cerca de metade dos seus activos, o que é considerado uma tragédia para a segurança de pessoas e bens de todo o concelho de Cantanhede.

Também na sequência da demissão do comando, Mário Vieira escreveu uma carta dirigida aos cidadãos do concelho a explicar as razões que o levaram a exercer esse direito. Razões que, afirma, «são por demais conhecidas», mas nunca é demais repeti-las. Tal como o nosso Jornal noticiou no passado dia 16 deste mês, o agora ex-comandante insurge-se contra a «interferência no comandamento do corpo de bombeiros» onde o presidente da direcção «de forma continuada tem limitado o exercício do comando».

Na carta redigida por Mário Vieira que o DC teve acesso, são descritas várias acusações à direcção da Associação Humanitária, que acabaram por despoletar esta grave situação, numa altura em que o país está em alerta permanente devido aos riscos de incêndios.

O ex-comandante acusa a direcção «do não cumprimento do que tinha protocolado comigo» numa reunião de Agosto do ano passado, onde tinha ficado bem explícito de que tomaria o cargo de comandante, «desde que os funcionários e bombeiros ficassem na alçada do comando, a fim de evitar duplicações de ordens», mas também de, após a sua tomada de posse, a direcção ter nomeado dois coordenadores «para executarem o serviço do comandante, com as respectivas competências, sem que o comandante tivesse expressado a sua opinião sobre o assunto».

As queixas são mais que muitas e Mário Vieira também invoca «a continua violação de correspondência do comandante, como se fosse subalterno do senhor presidente», bem como a utilização dos directores «para estarem à frente de todas as áreas da competência do comandante».

Fonte: DC

28 de julho de 2010

Vamos Mudar de Atitude

"Com amigos destes, os bombeiros não precisam de inimigos..."

Num País livre, a liberdade de expressão é algo precioso. Todavia, o tipo de comentários que se têm vindo a notar ultimamente, levam-me a afirmar que há pessoas que ainda não descobriram a força da palavra, força essa por vezes destruidora.
Numa altura em que milhares de bombeiros se dedicam ao combate abnegado ao fenómeno destruidor que dá pelo nome de Fogo, ainda temos gente que teima em distrair as atenções para questões "poucoxinhas" e, pior que tudo, apostadas em os deitar abaixo seja de que forma seja.

Dê-se pois atenção aquilo que é importante. Apoie-se os nossos operacionais, não interessa a sua origem. Não há pior falta de respeito que tentar subir na consideração pública subindo às cavalitas dos outros. Sejam voluntários, profissionais, canarinhos ou GNR´s, neste momento TODOS devem combater este flagelo. O nosso povo precisa!

Depois, quando acabar esta "guerra", "limpem-se as armas" e apontem-se as baterias a quem é o principal responsável do actual estado das coisas (ANPC, MAI, LBP, CM... e quem mais). Por agora, respeito aos bombeiros, que mesmo com lacunas, fardas de má qualidade, viaturas a necessitar substituição urgente, não negam esforços e sacrificios, sejam por quem fôr. Portugal depende de vocês! Mostrem pois que estão muito acima daqueles que tantos mal lhes desejam, e provem que são verdadeiros Bombeiros de Portugal.

Ex-Comandante no Quadro de Honra

16 de julho de 2010

Para uma floresta mais protegida

Alcançar, até 2012, uma área ardida média inferior a 100 mil hectares por ano foi uma das metas traçadas pelo Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, aprovado em 2006, mas que nos últimos quatro anos foi alcançada.

Gil Martins, comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil, no N.º 27 da revista PROCIV, explica que “nos últimos quatro anos, a média da área ardida foi de 52 mil hectares e não houve áreas ardidas anuais superiores a 100 mil hectares, um resultado alcançado pela primeira vez, em quatro anos consecutivos, nos últimos 25 anos”.

Mas o ano de 2010 “é novamente um grande desafio para o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais - DECIF e para todos os operacionais e agentes de protecção civil, porque Portugal sem fogos continuará a depender de todos”.

O comandante lembra que “com as actuais condições climáticas, a grande quantidade de combustível provocado por um Inverno rigoroso e muitas vezes o uso indevido do fogo pelos cidadãos, leva a que a ocorrência periódica de incêndios florestais violentos seja um fenómeno facilitado.

Anos como os de 2003, 2004 ou 2005 podem estar ao virar da esquina”. Sublinha ainda que, perante um dispositivo bem preparado para responder às diversas ocorrências não se pode cometer o erro de pensar que o problema dos incêndios está resolvido. “Os objectivos devem continuar a centrar-se no investimento no planeamento, na previsão do risco e do perigo, na análise e avaliação das vulnerabilidades do território, na formação continuada das equipas de intervenção e dos decisores e na regulação das questões organizativas”, esclarece, justificando que “aumentando a prevenção e o planeamento pode ajudar a reduzir o combate”.

Gil Martins destaca ainda a importância do ataque inicial, articulado com todos os agentes de protecção civil, “para reduzir a necessidade de grandes organizações e quantidades de meios empenhados nos teatros de operações”. O ataque inicial deve “despachar meios até dois minutos depois de obtida a localização do incêndio, de forma musculada, consistente e em triangulação, permitindo colocar o primeiro meio de intervenção operacional no incêndio até 20 minutos, no máximo, depois do despacho inicial”. Igual atenção se deve dar à fase de rescaldo, para garantir uma extinção efectiva.

Releva ainda a importância das campanhas de sensibilização, com o objectivo de alertar e adequar comportamentos ao território e à meteorologia, colaborando para reduzir o número de ignições, já que 97 por cento dos incêndios florestais têm origem humana, pelo que é bom não esquecer as medidas de prevenção e autoprotecção.

Quem mora junto a uma área florestal deve limpar o mato à volta da habitação, separar as culturas com barreiras corta-fogo, guardar a lenha e combustíveis em lugar seco e seguro, nem deve deixar crianças em casa sozinhas, trancadas, nem a brincar com fósforos ou isqueiros. Um extintor, um rádio, uma lanterna e uma caixa de primeiros socorros são imprescindíveis em casa. Na floresta não se devem deitar fósforos ou cigarros para o chão, nem acender fogueiras fora dos locais próprios.

Este ano, entre 1 de Julho e 15 de Outubro, está estipulado por lei que é proibido fazer queimadas e queimas de sobrantes em espaços rurais, tal como é proibido lançar foguetes, de balões com mecha acesa e utilizar fogo-de-artifício. Quando se encontra lixo ou excesso de mato ou pessoas com comportamento estranho, o melhor mesmo é avisar as autoridades, via 112. Em caso de se estar num local onde haja um incêndio, ou se este for próximo de casa, a melhor atitude é colaborar com os bombeiros e seguir as suas instruções, afastando crianças e viaturas, soltando os animais e, se caso disso, avisar os vizinhos e afastarem-se do local. Se houver tempo, devem desligar luz, gás e molhar as paredes de casa.

Desde o dia 1 de Janeiro até dia 13 de Julho foram registados no distrito 108 incêndios, tendo a sua maioria ocorrido a partir de 1 de Julho, na Fase Charlie, mas a pronta e eficiente resposta do ataque inicial evitou que alguma destas situações ganhasse maior dimensão.

Fonte: Jornal Reconquista