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24 de março de 2014

ANPC Define Norma Técnica de EPI Espaços Naturais

Na norma técnica nº 10 a ANPC define finalmente o que podemos entender e incluir como os equipamentos de combate a incêndios em espaços naturais. Esta norma define quais são equipamentos individuais e colectivos destinados ao suporte das actividades de supressão de incêndios de combustíveis, com ignição e propagação em espaços naturais, onde se incluem os florestais.

Relativamente ao Equipamento de protecção individual a norma define:

1 — Bota Florestal
Descrição:
Bota do tipo 1, classe 1, possui atacadores e ou fechos ignífugos bem como propriedades de isolamento ao calor interior e à degradação pelo mesmo, no mínimo em HI1, para estes itens, conforme a tabela 6 e a tabela 7 do nº 6.3.1. da EN 15090.

O desenho da bota será do tipo C, conforme EN ISO 20345. Normalização: Certificada de acordo com a norma EN 15 090, em vigor.

2 — Capacete Florestal
Descrição:
Equipamento de proteção da cabeça, utilizado no combate aos incêndios em espaços naturais, deve obedecer às seguintes características:
a) Fabricado em material sólido que garante a resistência ao fogo e calor radiante;
b) Incluir um sistema interior absorvente de impactos;
c) Possuir um sistema de fixação facilmente ajustável a vários tamanhos de cabeça;
d) Possuir refletores da alta visibilidade;
e) Permitir visão periférica superior a 105 graus, para cada lado;
f) Poder adaptar óculos de proteção contra corpos sólidos e líquidos, que impeçam a penetração de fumos e tenham propriedades anti embaciantes.
Normalização:  Cumprir com os requisitos estabelecidos no pr EN 16471 – Capacetes para o combate a incêndios em espaços naturais.

3 — Capuz de Proteção Florestal (Cogula)
Equipamento que confere proteção contra o fogo e calor à cabeça, região cervical e parte superior dos ombros, sem reduzir o campo de visão ou interferir com a respiração, devendo permitir o uso dos óculos do capacete de proteção e a utilização de equipamentos de comunicações, devendo obedecer às seguintes características:
a) Constituído por material ignífugo;
b) Apresentar costuras em fio ignífugo;
c) Cor Pantone Azul Medieval – 19 3933 TP.
Normalização: Certificada de acordo com a norma EN 13911 em vigor.

4 — Luvas de Combate a Incêndios Florestais
Equipamento que confere proteção às mãos e punho contra o fogo, o calor e outros riscos físicos, devendo obedecer às seguintes características:
a) Constituído por 5 dedos, cano comprido e sistema de aperto e ajuste;
b) Fabricadas com materiais e fios ignífugos.
Normalização: Certificada de acordo com a norma EN 659 em vigor

5 — Fato de Proteção Florestal (Calça e Dólman)
Equipamento a ser utilizado no combate a incêndios em espaços naturais que confere proteção ao corpo do utilizador, com exceção da cabeça, mãos e pés, compatível com os equipamentos e dispositivos, especialmente a extremidade das mangas com as luvas e a extremidade das calças com as botas, devendo obedecer às seguintes características:

a) Constituído por duas peças: Calça e Dólman;
b) Confecionado com material e fio ignífugo;
c) Possuir reforços nos ombros, cotovelos, joelhos, entre pernas (bipartido);
d) O casaco terá sistema de fecho de correr colocado desde a extremidade inferior até à linha do colarinho, protegido por uma aba que o acompanha em toda a sua extensão;
e) Todos os bolsos devem ter aberturas externas, construídos totalmente do mesmo material exterior e apresentar um sistema de fecho coberto com pala de proteção em toda a sua largura;
f) Possui proteção que circula o pescoço com um sistema de fecho, ao nível da gola, a qual deve permanecer fechada e na posição vertical quando ajustada para operações de combate.
g) Possui material retrorrefletor e fluorescente de alta visibilidade, cinza e amarelo lima, circundando o tronco, as pernas e os braços.
h) Ter colocado na parte superior das costas, um sistema DRS para resgate, que deverá ser ligado a um reforço colocado na zona das omoplatas, axilas e parte superior do tórax;
Normalização: Certificado de acordo com a norma EN 15614 em vigor.

6 – Camisola Interior.
Equipamento a ser utilizado em combate a incêndios em espaços naturais que confere proteção contra o calor, em conjunto com o fato de proteção individual, é confecionado em material e fio ignífugo, devendo obedecer às seguintes características:

a) Constituída por quatro partes sendo frontal, dorsal e as mangas compridas;
b) Bainhas com dupla costura
c) Colarinho redondo de 2 cm no mesmo material mas em sentido contrário;
d) Punhos de 5 cm no mesmo material mas em sentido contrário;
a) Cor PANTONE - Azul Medieval- 19-3933TP.

A nova norma introduz também uma mochila de sobrevivência a que deram o nome de Equipamentos de Sustentabilidade Individual. A mesma mochila é constituída dos seguintes elementos:

1. Mochila de combate

Equipamento versátil que permita acoplar ou remover facilmente diferentes tipos de bolsas, com as seguintes características:
a) Possui arnês com precintas ajustáveis e confortáveis;
b) Possui precinta de fixação na zona do peito, com engate rápido;
c) Possui bolsa de transporte, na zona lombar, com as dimensões de
(203x203x76) mm;
d) Possui bolsas laterais para colocação de acessórios;
e) As mochilas, em vazio, não podem ultrapassar 800gr;
f) Têm faixas refletoras que permitem o visionamento noturno.

2. Sistema de hidratação para mochila de combate
Sistema de hidratação compatível com a mochila de combate que permita uma acoplação rápida ao arnês da mochila e possuir as seguintes características:
a) Deve ter uma capacidade de 3 litros.
b) Deve possuir um revestimento em neoprene, incluindo o tubo, para permitir manter a temperatura da água.
c) O bico na extremidade do tubo deve evitar a entrada de poeiras e lixos e possuir uma tampa de proteção.
d) Deve possuir uma faixa refletora no sentido longitudinal.

3. Fire Shelter

Equipamento de sobrevivência transportado à cintura do bombeiro que, desdobrado, toma a forma de uma tenda para proteção individual contra o calor radiado. O abrigo de fogo deve ser fabricado em camadas de folhas de alumínio, silicone tecido e fibra de vidro, ou outras que garantam a proteção contra o calor radiado pelo fogo, como estabelecido na norma NFES 2710. Quando aberto, deve ter aproximadamente as
seguintes medidas: 218.44 cm de comprimento; 78.74 cm de largura; 39.37 cm de altura. Deve apresentar a forma semelhante à de um monte.

Quando fechado, deve ter aproximadamente as seguintes medidas: 21.59 cm comprimento; 13.97 cm de largura; 10.16 cm de altura.

A bolsa de transporte deve estar, preparada para acoplar aos cinturões de combate. Terá de ser construído, de acordo com as especificações do Serviço Florestal USDA de abril de 2006 e desenhado MTDC100 rev. B 11 -03-2003.

Normalização: Certificado de acordo com a norma NFES 2710 em vigor.

4. Lanterna individual (para capacete com suporte)

Lanterna que permita a sua utilização fixa ou amovível e possuir ainda:
a) Sistema de projeção fluxo luminoso de elevada intensidade;
b) Autonomia até 4 horas seguidas em trabalho;
c) Ser à prova de água e de pó e resistente a impactos possuindo cobertura em
borracha para absorção de choques em caso de queda;
d) O peso não poderá exceder 220 gramas;
e) Possuir suporte que permita acoplar a lanterna ao capacete florestal.

5 Máscara de Evacuação


Máscara de oxigénio químico que permite num incêndio florestal a evacuação para uma zona segura em caso de emergência conferindo proteção das vias respiratórias ao seu utilizador. Compreende um cartucho de KO2 (dióxido de potássio) e possui uma autonomia mínima de 6 minutos, dependendo das condições de utilização. É embalada a vácuo num saco aluminizado que permite preservar as suas características de desempenho. Possui uma bolsa para transporte à cintura. O seu peso não deve ultrapassar os 800g.


6. Máscara de partículas

Equipamento de proteção contra as queimaduras da face e pescoço, com o benefício adicional, de obstruir e reduzir a inalação do fumo e partículas. Construída em material ignífugo, que mantém a bolsa de ar no interior da máscara, sobretudo, à frente da boca e do nariz. Forro em fibra têxtil poliacrilonitrila (PAN), absorvente que retém a transpiração. Interior, com um orifício central de ventilação permitindo facilmente a renovação de ar, impedindo a acumulação de CO2. Tecido altamente resistente ao fogo, sem encolher e sem se decompor a temperaturas médias de 1400 ºC, mesmo por períodos de tempo prolongados. Com uma faixa refletora, para visibilidade noturna. Deve possuir sistema de segurança de filtros e arnês de encaixe. O seu peso, não pode exceder os 115 gramas.
   
      6.A. Filtro para máscara de partículas
Equipamento com dimensões apropriadas, à máscara de partículas e ter elástico de fixação. Ser ajustável ao nariz e ter capacidade de filtrar partículas, poeiras e gases provenientes de combustão de materiais orgânicos.

Os equipamentos de combate sapador foram também inseridos nesta norma e incluem:

1. Enxada-ancinho (Macleod)
Com parafuso para rápida substituição da lâmina, com cabo 124 cm. Mod. C + C – tool.

2. Enxadão (Pulaski)
Com cabo de madeira de 36” polegadas (1p=2,5401 cm). Mod CTC – P.

3. Foição
Com lâmina de 12”, cabo curvo. Mod. CTC – P.

4. Pá
Pá florestal com cabo em madeira de 137 cm, lâmina em aço temperado de 12”, resistente ao uso em solo argiloso e rochoso (1p=2,5401 cm).

5. Ancinho
Com 4 dentes triangulares em corte e cabo de madeira de 52” (1p=2,5401 cm).

6. Batedor/Abafador
Com cabo de madeira de 152 cm.

7. Gorgui
Ferramenta multiusos MOD 2


Para os equipamentos de utilização colectiva foram mencionados os seguintes:

1. Agulhetas
Agulhetas com punho e válvula de abertura e fecho, para utilização com regulador de caudal em jacto/chuveiro, com posição de auto limpeza, equipada com destrocedor e devidamente certificadas conforme EN 15182 – 1,2,3,4:
a) Agulhetas com ligação Storz D e caudal mínimo igual ou inferior a 50 litros/minuto e máximo até 250 litros/minuto;
b) Agulhetas com ligação Storz C e caudal até 500 litros/minuto.

2. Lanços de Mangueira Flexível
Lanços de mangueira flexível, com uniões Storz em liga leve, quatro capas, proteção exterior, suportando uma pressão máxima de trabalho superior a 16 bar e uma pressão de rotura mínima de 50 bar, devidamente certificadas:
a) Lanços DN25, com 20 metros cada e uniões Storz D;
b) Lanços DN38, com 20 metros cada e uniões Storz C.

3. Malotes de Transporte de Mangueiras
Construídos em material flexível com capacidade para 2 lances DN25 com 20 metros cada, transportados às costas por meio de precintas tipo mochila.

4. Motosserra e Mochila para Transporte
Motosserra de corrente com 500 mm com motor térmico igual ou superior a 4 kw e respetivo equipamento de proteção (EPI) - (capacete, óculos, auriculares, luvas e perneiras/calças) e respetiva mochila de transporte.

5. Extintores Dorsais
Equipamento transportado individualmente no dorso cuja capacidade não excede os 20 litros de água, com ou sem retardante.

6. Pinga Lume ou Equivalente
Em depósito cilíndrico de metal leve com elevada resistência a altas temperaturas e capacidade mínima de 1 litro de combustível.


Foram ainda mencionados como "Equipamento Diverso" os seguintes acessórios:

 Disjuntores CxD;
 Adaptadores/redutores CxD;
 Chaves de boca-de-incêndio;
 Chaves para Storz AxBxC;
 Chaves para Storz CxD;
 Chaves de marco de água;
 Chaves de portinhola;
 Extintores de 6 quilos de pó químico ABC.

18 de março de 2014

3º Caminhada - Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar


17 de março de 2014

Cem Mil Euros para Equipar Metade dos Bombeiros do Alto Tâmega


A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega vai aplicar cerca de 100 mil euros na aquisição de equipamento de proteção individual para combate a incêndios, para distribuir por metade dos bombeiros das 10 corporações desta região.


O anúncio do concurso público para aquisição deste equipamento foi publicado hoje, em Diário da República (DR).

O presidente da Federação dos Bombeiros de Vila Real, Fernando Queiroga, disse à agência Lusa que este fardamento, que abrange botas, calças, cógula, casaco, capacete ou luvas, é uma das "maiores necessidades" identificadas para os voluntários de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.

O responsável explicou que, através deste concurso público lançado pela CIM do Alto Tâmega, vão ser equipados metade dos bombeiros de cada uma das 10 corporações que se espalham por estes seis concelhos.

O valor base do concurso público é de 104 mil euros.

Fernando Queiroga espera que o novo fardamento esteja disponível para os bombeiros local antes do início da época de incêndios 2014, que arranca em meados de maio.

Trata-se de uma iniciativa que está a decorrer em todo o país, mas cujo processo se encontra um pouco mais atrasado no Alto Tâmega, porque, após a separação dos municípios que integravam a CIM de Trás-os-Montes, foi necessário proceder a um novo concurso público.

A CIM de Trás-os-Montes deu origem às CIM do Alto Trás-os-Montes e Alto Tâmega.

O responsável salientou que este equipamento cumpre as exigências impostas para o fardamento dos bombeiros.

"Em tempos houve uma entrega do então governo civil de material, mas que era fraco e não tinha condições de segurança", referiu.

E, segundo acrescentou, algumas das "situações verificadas no verão passado não teriam sido, pelo menos tão graves, se os bombeiros já dispusessem deste equipamento".

Fernando Queiroga disse ainda que, o encontro que vai decorrer no sábado, em Santarém, com o ministro da Administração Interna, vai ser aproveitado para reivindicar ajuda para a aquisição dos restantes 50% de material necessário para abranger a totalidade dos voluntários.

"Temos já a garantia que até vai aumentar a verba para equipamentos dos nossos bombeiros", salientou.

O responsável referiu ainda que "outra grande carência" das corporações locais é a nível das viaturas de combate a incêndios, já que muitas das existentes possuem mais de 20 anos e já não dão resposta às necessidades.

Por isso mesmo, os bombeiros vão também reivindicar ao ministro Miguel Macedo ajuda para a aquisição de novos carros.

"A ver se é possível arranjar alguma gaveta nos fundos comunitários para equipar os nossos corpos de bombeiros", sublinhou.

PLI // JAP

Fonte: Noticias Ao Minuto/Lusa

10 de março de 2014

Especialistas Prevêem Verão Calmo em Incêndios Florestais

A excepção poderá ser a região da Serra da Estrela e o Alto Minho. Especialistas destacam efeitos negativos da falta de prevenção na altura em que se assinalam seis meses sobre o lançamento da petição sobre a gestão do fogo, que defende a criação de um corpo profissional de bombeiros florestais e a adopção de medidas preventivas.

O próximo Verão deve ser mais calmo em termos de fogos florestais no Norte e Centro do país, prevê o investigador em fogos florestais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) Paulo Fernandes.

“Atendendo àquilo que ardeu no ano passado no Norte e Centro, este Verão, em princípio, vai ser relativamente calmo, abaixo da média, em termos de área ardida”, explica à Renascença, alertando para a excepção que pode ser a “região da Serra da Estrela e o Alto Minho”.

Quando ao Sul, Paulo Fernandes afirma que “é sempre imprevisível porque há muito menos fogos, mas há condições para haver grandes incêndios. Pode acontecer um daqueles incêndios de 20 mil hectares, como o de Tavira, em 2012, ou pode não acontecer absolutamente nada”.

O investigador sublinha, por outro lado, a falta de prevenção de fogos em Portugal. “O principal problema dos incêndios é a incapacidade dos decisores políticos de entender os problemas estruturais, ou pelo menos de os encarar, de concretizar medidas que vão de encontro aos problemas e não aos sintomas”, alerta.

A juntar à falta de prevenção, o investigador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) destaca as “dificuldades estruturais da floresta”.

“Há problemas relacionados com o território: a maioria das propriedades são minifúndios, o que conduz a pouca expectativa de rendimento (devido aos incêndios) e cria um ciclo vicioso. As pessoas não investem porque consideram que o investimento não compensa”, salienta, acrescentando que outro problema prende-se com o uso das chamas pela população rural, uma prática que ocorre durante todo o ano, sem precauções, “e que conduz, variadas vezes, a incêndios florestais”.

O investigador defende também que o sistema de defesa da floresta contra incêndios em vigor deverá, “para funcionar melhor”, apostar numa “maior integração entre os três pilares, cuja responsabilidade está repartida por três instituições: vigilância e detecção (GNR), prevenção (Instituto da Conservação da Natureza e Florestas) e combate (Autoridade Nacional de Proteção Civil).

Os alertas do especialista surgem na altura em que se assinalam seis meses sobre o lançamento da petição sobre a gestão do fogo, que defende a criação de um corpo profissional de bombeiros florestais e a adopção de medidas preventivas de incêndios.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), sediada em Vila Real, investiga os incêndios de forma contínua desde 1983.

Fonte: RR