Uma equipa de profissionais do Hospital Amadora-Sintra inicia uma investigação inédita sobre os riscos da exposição ao fumo na saúde dos 40 mil bombeiros voluntários portugueses.
Segundo a líder da investigação, chefe de serviço de pneumonologia do Hospital Amadora-Sintra, Cecília Longo, actualmente, apenas os bombeiros profissionais são vigiados em relação aos danos para a saúde que resultam da exposição ao fumo. "Há 40 mil homens, que são o corpo da urgência e da luta contra os incêndios do país, que não são vigiados do ponto de vista da saúde", lamentou a especialista.
O estudo visa testar inicialmente a função respiratória dos bombeiros voluntários e, posteriormente, os factores cardiovasculares. As corporações da região metropolitana de Lisboa serão as primeiras a ser estudadas e Cecília Longo espera que o projecto receba financiamento de modo a permitir o alargamento aos restantes profissionais do país.
Embora não existam dados epidemiológicos sobre a prevalência de problemas respiratórios ou cardiovasculares em bombeiros portugueses, "estudos internacionais indicam que há mais problemas nestes profissionais do que na população em geral", explicitou a especialista.
A longo prazo, a inalação do fumo pode conduzir a várias doenças, nomeadamente, à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, adiantou Cecília Longo, que criticou também que os bombeiros não sejam "considerados uma profissão de risco". "Se os bombeiros não se protegerem adequadamente, têm um maior risco" de contrair hepatite B ou a infecção pelo VIH do que a população em geral, alertou . A médica sublinhou também a necessidade de os bombeiros terem mais formação para evitar situações como a não utilização de máscaras e luvas no auxílio a pessoas acidentadas.
Fontes: Lusa e Diário de Notícias
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