Olá a todos

Este blog possui gestão privada, não tendo qualquer ligação oficiosa à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar. Todos os textos colocados são da responsabilidade dos seus autores. Todos os comentários feitos, são da responsabilidade de quem os escreve. Faça bom uso deste meio, os colaboradores agradecem.

14 de março de 2013

Cabras ajudam a prevenir incêndios em Vila Pouca de Aguiar

Vila Pouca de Aguiar, 12 mar (Lusa) - Um rebanho de 50 cabras está a fazer a limpeza de mato e, ao mesmo, a reduzir os riscos de incêndios florestais em Vila Pouca de Aguiar, no âmbito de um projeto-piloto de pastoreio dirigido.

O projeto "Economountain, economia da biodiversidade nas serras de Vila Pouca de Aguiar", está a ser implementado pela associação Aguiarfloresta e representa um investimento de 160 mil euros nos próximos dois anos.

A área de intervenção, nesta primeira fase, corresponde ao planalto de Jales.
"Este projeto visa testar uma nova ferramenta de gestão do mato, para ajudar a resolver o problema dos incêndios que ocorrem nesta região", afirmou hoje Duarte Marques, responsável da Aguiarfloresta, no decorrer de uma visita técnica em Alfarela de Jales.

A associação está trabalhar com um rebanho de 50 cabras, que vai pastorear uma área de 90 hectares. Os animais, através da ingestão da biomassa, reduzem o combustível para um incêndio.
O que se está a fazer é, segundo o responsável, um tipo de pastoreio mais dirigido, em que se usam os animais em locais estrategicamente identificados como sendo favoráveis à redução do número de ocorrências e também à limitação da expressão do fogo.

O pastor Francisco Carocha, o primeiro a aderir ao projeto, explicou que os animais permanecem numa área cercada durante cerca de uma semana até efetuaram a limpeza desse terreno.
"Venho aqui deixar os animais e depois venho buscá-los ao final da tarde. Antes, tinha que andar o dia todo com elas pelos montes a apanha chuva e vento", salientou.

A opção pelo gado caprino justifica-se com o facto de se tratar de animais mais robustos, que se adaptam a ambientes mais agrestes, ajustados a territórios de montanha e que consomem tipos de vegetação que a maioria dos outros animais não consome.
Associadas ao projeto estão outras técnicas de intervenção, como a limpeza de matos através das equipas de sapadores florestais ou o uso do fogo controlado.

Duarte Marques salientou que a iniciativa visa ainda apoiar e valorizar a atividade da pastorícia, muitas vezes associada ao fogo posto para a renovação de pastagens.
"Queremos contornar a imagem negativa dos pastores e mostrar que eles podem ser agentes importantes na prevenção e resolução dos problemas dos incêndios", frisou.

A associação dá apoio ao nível da comercialização dos produtos, ajuda a resolver os problemas diários relacionados com o licenciamento ou registo dos animais. "Tentamos ajudar para que eles mantenham a atividade", salientou.

Outra componente do projeto é a valorização dos produtos locais.
A ideia é incentivar os restaurantes locais a aproveitaram os recursos do território, como as castanhas, os cogumelos, os cabritos, apostando também "em novas formas e mais baratas de preparar os produtos".

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está também estudar os impactos desta estratégia a nível da biodiversidade, se favorece ou não as espécies locais e se poderá ser alargada a outras regiões.

No âmbito do projeto, a Aguiarfloresta promove no dia 22 de março o workshop "Biodiversidade de montanha". No dia a seguir será feita uma visita técnica a Jales subordinada ao tema o "Pastoreio dirigido na gestão florestal".
PLI // JGJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário