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21 de maio de 2010

Dia do Bombeiro Português


Bombeiro: a mais exacta tradução de Ser Humano"
O Dia do Bombeiro Português comemora-se, anualmente, no último fim de semana de Maio. Uma forma simbólica de não deixar cair em esquecimento aqueles que, na nobre função de salvar a vida aos seus semelhantes (e, também, o património), prescindem do bem-estar dos seus lares e enfrentam o risco necessário para o efeito.
Ser Bombeiro não é uma profissão é, antes, uma vocação que denota o que de mais nobre existe no ser humano.
Enquanto uns vivem, de forma naturalmente egoística, as suas vidas, os Bombeiros vivem a deles em função da dos outros, para que, esses outros, vivam com segurança e tranquilidade. No entanto, quando não voluntário, "Ele poderia ser engenheiro, pedreiro, motorista, escritor, advogado, ao invés disso escolheu ser um bombeiro e ter a sua vida cheia de choro, sangue, óleo, vidro, fogo, pedidos de socorro e muitas noites mal dormidas, porque a essência de ser bombeiro persegue-o".
E, como tudo, também a existência das corporações de bombeiros tem uma história.


Serviço de Incêndios de Lisboa criado em 23 de Agosto de 1395

Foi D. João I o responsável pela organização do primeiro Serviço de Incêndios na cidade de Lisboa, em 23 de Agosto do ano de 1395. Naquele tempo os incêndios urbanos eram um grande flagelo, combatidos com meios arcaicos pelas mãos de vizinhos e amigos. D. João I resolveu, então, ordenar, através de uma Carta Régia, "que em caso que se algum fogo levantasse, o que Deus não queria, que todos os carpinteiros e calafates venham àquele lugar, cada um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E que todas as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam cada uma seu cântaro ou pote para acarretar água para apagar o dito fogo". Ficaram, também, os pregoeiros da cidade incumbidos de avisar os moradores para terem cuidado com suas lareiras.
No Porto, estes Serviços de Incêndio começaram a funcionar no século XV. A partir de então, começaram a reproduzir-se estas iniciativas por todo o país, de forma a evitar incêndios provocados por lareiras e utilização de pólvora. No seguimento desta prática, a Câmara do Porto, em Julho de 1513 reuniu para "eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo sino da noite". Esta mesma Câmara, em Setembro de 1612, decidiu que "fossem notificados os carpinteiros da cidade para receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a diligência".
A aquisição de material e equipamento que ajudasse a combater os fogos só foi possível em 1646, disponibilizando aos Homens que combatessem remunerações e habitações.
Os primeiros quartéis foram estabelecidos em Lisboa em 1678, que por esta altura, funcionavam como arrecadação de aparelhos e ferramentas. D. Afonso VI proferiu que "O Senado ordenará, com toda a brevidade que, nesta cidade, haja três armazéns… e que estejam providos de todos os instrumentos que se julgarem necessários para se acudir aos incêndios, e escadas dobradas de altura competente, para que, com toda a prontidão, se possam remediar logo no princípio; e a chave terá cada um dos mestres assalariados pelo Senado, com obrigação que, logo que se tocar o fogo, abra o armazém que tiver a seu cargo, onde acudirão todos os oficiais assalariados…".
A organização do Serviço de Incêndios prosseguiu através da aquisição de duas bombas e uma enorme quantidade de baldes de couro (1681), tendo sido distribuídos em cada bairro, perto de cinquenta unidades. Ficou, também, estabelecido que cada pedreiro, carpinteiro ou mestre alistado que faltasse ao combate a um incêndio seria punido com uma pena de prisão.
No ano de 1683 foi publicado o primeiro Regulamento de Pessoal para que houvesse maior organização e interacção entre os combatentes aos fogos e os moradores das cidades, uma vez que a prevenção era a principal preocupação.
Em 1722, foi criada no Porto a Companhia do Fogo mais tarde denominada de Companhia da Bomba, que era constituída por “cem homens com capacidade de utilizarem a bomba, machados e foices”.
A primeira Companhia de Bombeiros, propriamente dita, surgiu em Lisboa no ano de 1834, criada pela Câmara Municipal de Lisboa, tendo ficado conhecida, também por Companhia do Caldo e do Nabo.
O movimento Associativo dos Bombeiros teve início em 1868, com a Companhia de Bombeiros Voluntários de Lisboa, que posteriormente, mudou a denominação para Associação de Bombeiros Voluntários, continuando a ser assim designada até aos dias de hoje.

Porquê "Bombeiro"?

O termo pelo qual são conhecidos hoje os soldados da paz, "Bombeiro", advêm da utilização de bombas. A utilização deste equipamento data do ano de 1734, o qual era considerado bastante avançado, para aquela época. Portanto, os homens que, naquele tempo, se disponibilizavam para combater os incêndios (utilizando as bombas) começaram a ser chamados de Bombeiros.
No que respeita a este equipamento de combate aos incêndios, também foi modernizando com o tempo, sendo que em 1868, começaram a utilizar-se bombas a vapor, e, posteriormente, os proprietários dos prédios tinham, obrigatoriamente, que instalar bocas de incêndio nos mesmos.



Funções dos Bombeiros


Um Corpo de Bombeiros é uma unidade operacional organizada, preparada e equipada para o exercício das suas funções.
A sociedade já não se imagina a viver sem a protecção dos bombeiros da sua área de residência, os principais impulsionadores da tranquilidade e segurança necessárias à vida moderna.
O Bombeiro, profissional ou voluntário, tem uma série de funções que lhe estão atribuídas.
O socorro às populações em perigo é, sem dúvida, uma das suas principais missões, em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos, em suma, em todas as catástrofes, calamidades ou acidentes. Está, também, no domínio das suas funções exercer actividades de formação cívica, com especial incidência no âmbito da prevenção contra o risco de incêndio ou outros acidentes domésticos.  

Corpos de Bombeiros 

Existem diferentes Corpos de Bombeiros, que variam de município para município. Os Corpos de Bombeiros profissionais são criados e mantidos na dependência directa de uma Câmara Municipal e os elementos que o constituem são profissionais e geralmente designam-se de bombeiros sapadores.
Os Corpos de Bombeiros Mistos podem ser dependentes de uma Câmara Municipal ou de uma Associação Humanitária de Bombeiros, sendo estes constituídos por bombeiros profissionais e por bombeiros voluntários.
Aqueles que pertencem unicamente a uma Associação de Bombeiros Voluntários são designados de Corpos de Bombeiros Voluntários. Estes são constituídos, em maior número por bombeiros voluntários, podendo ou não incluir uma unidade profissional mínima.   
Por último, temos os Corpos Privativos de Bombeiros, pertencendo a uma pessoa colectiva, mas privada que, por razões da sua actividade profissional, necessita de um corpo profissional de bombeiros para sua protecção.

Curiosidades

Em Portugal existem perto de quarenta mil bombeiros entre voluntários, municipais e privados e cerca de treze mil veículos ao serviço dos bombeiros.
O primeiro veículo de socorro motorizado, existente no nosso país, pertenceu ao Corpo Municipal de Bombeiros de Lisboa. Foi um Fiat Pronto-Socorro adquirido em 1915.
Os bombeiros portugueses são responsáveis por uma área de noventa e dois mil, trezentos e noventa e um quilómetros quadrados, lutando com dificuldades, mas facilitando a vida da nossa sociedade.

Corporação de Vila Pouca de Aguiar


Vida por Vida é o lema dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar desde o dia 25 de Dezembro de 1917, data da sua fundação. Os primeiros jovens a ingressar na corporação foram jovens soldados, regressados da I Guerra Mundial.
Utilizando apenas uma braçadeira, um capacete e um machado, talvez fossem só um grupo de homens corajosos fazendo jus ao seu nobre ideal, ajudar o próximo.
Actualmente, a sirene que entoa nas ruas da vila dá o alarme do perigo. Antigamente, era o sino da igreja que reunia todos no antigo quartel, em frente ao antigo edifício da cadeia.
Para além da ajuda sempre presente e imprescindível da população, os soldados da paz transportavam escadas, cordas, mangueiras e bombas braçais em auxílio dos que necessitavam.
Em 1925, os bombeiros estreiam a sua primeira farda, nessa altura o comandante era João Monteiro Sousa.
Em 1936, teve início uma nova e áurea época nos bombeiros aguiarenses, como comandante ficou Teófilo Lopes Frazão. Muitos jovens se alistaram, o rigor e a disciplina eram palavras-chave no desempenho da sua missão. Os simulacros e as instruções eram de tal modo impressionantes que outras corporações presentes ficavam boquiabertas perante a agilidade e perspicácia dos jovens do concelho.
Foi por essa altura que surgiu o primeiro veículo. No mesmo, colocaram-se cadeiras laterais e um sino que anunciava a sua passagem. No final da década de 30, foi adquirido um velho carro que foi, posteriormente, adaptado para servir como ambulância.
Actualmente a corporação possui seis carros de combate a incêndios, um preparado para intervenção especial em acidentes de viação, sete ambulâncias, dois veículos ligeiros de apoio à Direcção e ao Comando e muita gente com vontade de ajudar os outros. Apesar do número de viaturas parecer razoável, dizem-nos que “é necessário substituir algumas devido ao elevado número de anos de serviço”. Está, ainda, afecta uma ambulância ao serviço do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica.
Liliana Correia
Catarina Machado

O Voluntariado nos dias de hoje
Vem aí o Dia do Bombeiro Português, último fim de semana de Maio e para tal contribuímos com um artigo, talvez insignificante para muitos, mas também muito elucidativo.
Como sabem o “braço direito” da Protecção Civil, são os Corpos de Bombeiros. Mais de 90% dos mesmos do nosso país pertencem a Associações Humanitárias.
Os Corpos de Bombeiros pertencentes às Associações Humanitárias são Corpos de Bombeiros Voluntários, ou seja, os elementos que fazem parte destes CB’s são voluntários e, como a própria palavra diz, prestam serviço e ajuda à comunidade sem receber nada em troca. A maior parte dos voluntários do nosso pais têm vivido no anonimato, pouco se sabe a respeito das suas actuações, do seu efeito e o que desencadeiam em prol da sociedade, ninguém os valoriza, ou quase ninguém. Estes voluntários devido à actividade que desempenham por opção, mas profissionais na acção, têm de estar e ter à sua disposição equipamentos e material adequado, sendo este de elevado valor, por exemplo para equipar um bombeiro com material de protecção individual para combater um incêndio urbano (habitações) é necessário no mínimo 2.550€, exceptuando-se as viaturas e material necessário para o combater. Por isso a necessidade das associações taxarem um valor simbólico por serviços requisitados ao CB.
Feriados, Domingos, todos os dias da semana, 24 horas por dia, 365 dias por ano os bombeiros voluntários acodem a quem precisa deles, muitas vezes insultados, vaiados, agredidos por elementos da sociedade que acham que os bombeiros recebem dinheiro pelas ocorrências que têm, e que são obrigados a tudo, PURA MENTIRA. Os bombeiros recebem de 1 de Junho a 15 de Outubro os que fazem parte das ECIN’S (Equipas de Combate a Incêndios Florestais) 1,70€ (um euro e setenta cêntimos) por hora. Na nossa opinião a sociedade dificulta o incentivo ao voluntariado nos bombeiros pois, muitos destes Homens, não estão dispostos a serem criticados por tudo e por todos, sabendo estes que estão a fazer o seu melhor de madrugada, à chuva, frio, vento… enfim com todas as adversidades meteorológicas e criticas da sociedade que tanto precisa destes, infelizmente, mais cedo ou mais tarde!
Para finalizar, uma enorme palavra de apreço e gratidão para todos os voluntários, nomeadamente, para os bombeiros e especialmente para aqueles que comandamos. Bem hajam a bem da humanidade.
O Comando dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar

Ser Bombeiro
Descer a montanha do bem-estar,
Conviver com a angústia e com a dor,
Enfrentar a terra e as ondas do mar,
Fazer tudo, mas tudo com AMOR.
Uma farda que não dá poder,
Um machado ao serviço da PAZ,
Um sentimento de vida e de querer,
É a vontade de se ser capaz.
Um obrigado ao filho ou à esposa,
À mãe e também ao pai,
Porque espera uma pessoa idosa,
Porque nos dilacera um “AI”.
O sangue que no chão se derrama,
Os gritos que a dor não deixa ouvir,
O combate à destruidora e infernal chama,
São o verdadeiro eco de um fraterno sentir.
Deixar tudo por cada homem que chora,
Deixar tudo por cada ser que agoniza,
Contrariar o desespero em cada hora,
Dar aos outros a própria camisa.
O risco é duro e permanente,
As horas não tem minuto nem segundo
O desafio é louco mas consciente,
O BOMBEIRO é uma presa do mundo.
Lobo Amaral


Fonte:pq-jornal.com

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